
Na era em que a adaptabilidade e a eficiência são fundamentais para o sucesso das empresas, a indústria seguradora enfrenta um desafio próprio na renovação dos seus sistemas core para se manter competitiva.
Market Director (Spain)
Na corrida para o futuro, o setor de seguros está a trocar a sua armadura tradicional por um fato à medida da inovação. Estamos a deixar a era das participações cheias de pó, formulários para preencher, inúmeros processos manuais fragmentados, etc., etc., para entrarmos na nuvem e na inteligência artificial, onde os dados fluem como a eletricidade e se tomam decisões a toda a velocidade. Neste cocktail de inovação e tecnologia encontramos diferentes ingredientes…
Assim, a nuvem está gradualmente a tornar-se nessa alternativa para as seguradoras que lhes dá flexibilidade e agilidade. Como um malabarista com uma bola extra, as companhias gerem recursos e dados sem medo de cair, porque a nuvem é a sua rede de segurança extra. Reduz a complexidade em escalabilidade e gestão, permitindo que as organizações se concentrem no que realmente importa: crescer.
A IA, por seu lado, é aquele gigante adormecido que acordou e que, apesar de todas as incógnitas, transformará a realidade tal como a conhecemos. Nos seguros, já está a modificar substancialmente a subscrição e a gestão de sinistros; também a geração de conteúdos, para citar alguns exemplos. As operações de back-office e a hiperpersonalização nas relações com o cliente também se enquadram totalmente no âmbito de impacto. A oportunidade que se abre não deixará de fora nenhuma função ou área nos três aspetos principais da IA: texto/dados/código.
Intimamente relacionado com o que foi referido, no que diz respeito à automação de processos, as seguradoras que antes vacilavam sob o peso das tarefas manuais aspiram agora a “voar” através do espaço digital com a graça de um ginasta olímpico. Desde a subscrição de apólices à gestão de sinistros, a automação faz com que o trabalho manual se vá reduzindo a passos gigantescos. Não se trata apenas de velocidade e eficiência, mas também de libertar as pessoas de tarefas entediantes sem valor acrescentado.
E o que acontece quando os sistemas “não se dão bem”? É aqui que entra o conceito de interoperabilidade, a arte de fazer com que diferentes sistemas se tratem como velhos amigos. No mundo de TI ideal, os sistemas não só dão as mãos, como também “dançam” o tango juntos, permitindo a interação ágil com sistemas internos e também com os cada vez mais importantes parceiros externos.
A inovação no lançamento de produtos também é protagonista nos dias de hoje. Seguros incorporados, modelos pay-as-you-drive, paramétricos, on-demand, ciber, etc., são alguns exemplos de soluções que rompem com os esquemas tradicionais e procuram satisfazer um cliente com necessidades cada vez mais sofisticadas num contexto novo e fluido.
Por último, os novos canais de distribuição estão a redesenhar o mapa de como os clientes interagem com as suas seguradoras. A digitalização abriu portas a plataformas online e a aplicações móveis, onde adquirir um seguro é tão simples quanto deslizar o dedo pelo ecrã do telemóvel. Estes canais não só oferecem comodidade, como também chegam a muitos mais sítios no momento certo, aumentando exponencialmente a capacidade de “agarrar” das companhias.
Se alguma vez pensou que a indústria de seguros era pouco estimulante e um pouco aborrecida, talvez seja hora de mudar essa visão. O comboio da mudança tecnológica não espera por ninguém, nem pelas seguradoras, e aqueles entrem a bordo estarão mais bem equipados para liderar o caminho em direção a um futuro onde a única coisa previsível é a mudança constante.
Na era em que a adaptabilidade e a eficiência são fundamentais para o sucesso das empresas, a indústria seguradora enfrenta um desafio próprio na renovação dos seus sistemas core para se manter competitiva.
Num mundo em acelerada mudança, a tecnologia é um meio incontornável em qualquer setor de atividade mas não é nunca um fim em si mesma. Quando a tecnologia não evolui para acompanhar a mudança no contexto do negócio, em particular na indústria seguradora, o tempo poderá ditar que esta se torne um fim, pela criticidade que os riscos operacionais, não tratados no momento certo, poderão representar.
As seguradoras enfrentam o velho desafio de se renovarem ou morrerem para satisfazer as necessidades cada vez mais específicas dos seus clientes e se manterem competitivas. Um dos pilares desta atualização é a arquitetura dos sistemas informáticos, um verdadeiro cavalo de batalha, que pode trazer inegáveis vantagens competitivas... ou o oposto.